Storytelling: Seja o herói da sua própria apresentação

Tenho uma amiga jornalista que sempre diz que “todo mundo tem uma boa história para contar”. Apesar de não conseguir confirmar a veracidade da informação, certa vez, um rapaz me assegurou que um alto executivo da IBM assinava seus e-mails com a seguinte citação: “Conte-me um fato e irei aprender. Conte-me uma verdade e irei acreditar. Mas conte-me uma história e viverá no meu coração para sempre”. São frases que nunca saíram da minha cabeça e, hoje, reconheço o poder de uma narrativa bem articulada.

 

Neste artigo vamos falar do termo “storytelling”. Se você procurar por isso no Google, a primeira definição que irá encontrar é “a capacidade de contar histórias de maneira relevante, onde os recursos audiovisuais são utilizados juntamente com as palavras”. É muito comum associá-lo aos roteiros de cinema, teatro e aos livros, mas é no marketing e na publicidade que o encontramos com frequência.

 

Já é um fato que o desenvolvimento da capacidade de contar uma boa história pode ajudar uma empresa a se conectar com os seus clientes de uma forma incrível. Segundo afirma o consultor de marketing, Simon Sinek, durante a apresentação “Como grandes líderes inspiram ação” – a terceira mais popular de todos os tempos no TED – nós não compramos o que uma marca vende, mas o por quê ela vende. Comprovadamente compramos mais pela emoção do que pelo produto em si.

 

Quando a Apple faz a propaganda de um iPhone não é para vender um telefone móvel, mas sim para mostrar que trabalhou para tornar a sua vida melhor, porque queria te dar a possibilidade de fazer as coisas que sempre quis. Quando a Coca-cola faz uma propaganda não é para vender um refrigerante, mas para contar histórias de amizade, de família, de amor, de aventura.

 

Uma boa história é autêntica, faz uma conexão emocional e pessoal, inspira ação e leva o público a uma jornada de mudanças e transformações. Uma narrativa bem construída é capaz de captar a atenção do público com mais facilidade. Segundo pesquisas, mais de 90% dos americanos, por exemplo, preferem consumir informações corporativas por meio de postagens criativas e envolventes.

 

Sendo assim, é óbvio também que o storytelling é uma ferramenta importantíssima para construir uma apresentação. Dados, números e gráficos são necessários para passar uma informação, mas por si só não são suficientes para envolver o público com o projeto. Ao se preocupar em ativar a emoção e a imaginação dos espectadores, estamos propiciando também uma melhor compreensão do assunto.

 

São muitas as variáveis para se contar uma história. Antes de mais nada, é preciso identificar, durante o processo criativo, onde cabe uma narrativa. O que você gostaria de contar? Pode ser uma experiência particular, um fato interessante sobre outrem, uma metáfora, uma fábula ou qualquer outra coisa que faça sentido para o seu projeto.

 

Outro fator que pode ajudar é encontrar um conflito, ou seja, expor um desafio ou uma complicação no meio do storytelling para que as pessoas pensem sobre ele e criem expectativa para sua resolução. Ao fazer isso, você pode entrar também na chamada “jornada do herói”, um conhecido padrão narrativo de histórias famosas apresentado por Joseph Campbell em seu livro “O Herói de Mil Faces”.

 

Campbell estudou inúmeras mitologias e culturas ao redor do mundo e concluiu que essas histórias sobreviveram por milhares de anos graças à uma estrutura fundamental, a qual intitulou “monomito”. De acordo com o autor, todas as histórias giram em torno de um “herói”, que pode ser tanto um herói propriamente dito ou um herói subjetivo.

 

Em uma citação, ele mesmo resume esse conceito: “Um herói se arrisca a sair do seu dia-a-dia comum para uma região de maravilha sobrenatural. Forças fabulosas estão lá para serem encontradas e uma vitória decisiva está para acontecer”.

 

Campbell descreve uma série de estágios ou etapas ao longo desta jornada. O herói começa no mundo comum e recebe um chamado para entrar no mundo incomum de poderes e eventos estranhos (a chamada à aventura). Se o herói aceita o chamado para entrar neste mundo estranho, ele tem de enfrentar tarefas e estágios (um caminho de provas), e pode ter que enfrentar estas provações sozinho ou pode ter ajuda. Na sua forma mais intensa, o herói deve sobreviver a um desafio grave, muitas vezes com a ajuda adquirida ao longo da jornada. Se o herói sobrevive, pode alcançar um grande presente (a meta ou "benção"), que muitas vezes resulta também em autoconhecimento. O herói deve então decidir se quer voltar com esta benção (o retorno ao mundo comum), muitas vezes enfrentando desafios na viagem de regresso. Se o herói é bem sucedido em voltar, o benefício ou presente pode ser usado para melhorar o mundo (a aplicação da benção).

 

Se observarmos com um pouco mais de atenção, perceberemos que muitas histórias são escritas e contadas desta maneira. Não é exatamente uma receita de bolo, mas pode ser um bom roteiro para seguir em qualquer que seja o tema do seu storytelling. O herói de uma boa apresentação pode ser você.


     



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